QUINTA AULA

O emblema do Falun

O símbolo do nosso Falun DaFa é o Falun. Pessoas com capacidades sobrenaturais podem ver que este Falun está girando e que ocorre o mesmo com os Faluns dos nossos pequenos broches, eles também estão girando. Cultivamos guiados pela natureza do universo Zhen-Shan-Ren, de acordo com os princípios de evolução do universo. O que cultivamos é realmente imenso. Em certo sentido, o emblema Falun é uma miniatura do universo. A Escola Buda concebe o universo como um mundo de dez direções, com quatro faces e oito lados. Algumas pessoas podem ver uma coluna de gong acima e abaixo do Falun. Com as direções acima e a abaixo, temos precisamente as dez direções que constituem este universo. Ele simboliza a explicação da Escola Buda sobre o universo.

No universo há inúmeras galáxias, nossa Via Láctea é uma delas. O universo inteiro e as galáxias nele estão em movimento. Os símbolos taiji e os símbolos 卍 [wan] menores do emblema estão girando. O Falun gira como um todo e isso inclui o símbolo 卍 maior, o central. Em certo sentido, simboliza nossa Via Láctea. Como somos da Escola Buda, no centro do emblema há o símbolo da Escola Buda. É o que se vê na superfície. Todas as diferentes matérias têm suas formas de existência em outras dimensões onde elas têm processos de evolução e formas de existência abundantes e extremamente complexos. Este emblema Falun é uma miniatura do universo e também tem sua própria forma de existência e processo de evolução em cada uma das outras dimensões. Por isso, eu digo que é um mundo.

Quando gira no sentido horário, o Falun absorve automaticamente energia do universo e, quando gira no sentido contrário, emite energia. Ao girar para dentro (sentido horário), salva a própria pessoa e, ao girar para fora (sentido anti-horário), salva os outros – essa é uma característica única de nosso método de gong. Alguns perguntam: “Somos da Escola Buda, por que então há nele também o símbolo taiji? O taiji não é da Escola Tao?”. É porque o que cultivamos é imenso e equivale a cultivar o universo inteiro. Pensem: existem duas grandes Escolas no universo, a Escola Buda e a Escola Tao; sem ambas o universo não seria completo nem poderíamos dizer que é completo. Por isso temos aqui coisas da Escola Tao. Alguns dirão: “Além da Escola Tao há o Cristianismo, o Confucionismo e as outras religiões”. Digo-lhes que depois que o cultivo no Confucionismo alcança níveis elevados, ele é classificado como da Escola Tao e que muitas religiões ocidentais, depois que o cultivo alcança níveis elevados, são classificadas como da Escola Buda, ou seja, são do mesmo sistema que o nosso. São os dois sistemas principais.

Por que dois dos símbolos taiji têm a parte de cima vermelha e a de baixo azul e os outros dois têm a parte de cima vermelha e a de baixo preta? O que se sabe comumente é que o taiji é composto por duas matérias: uma preta e outra branca; o qi de yin e yang. Porém esse é um conhecimento de nível muito superficial, pois as manifestações são diferentes nos diferentes níveis. Suas cores se manifestam deste modo no nível mais elevado. De modo geral, considera-se que o Tao tem a parte de cima vermelha e a de baixo preta. Por exemplo, alguns de nossos praticantes com o tianmu aberto percebem que o que eles veem como cor vermelho com seus olhos, é verde num nível adjacente ao nosso, e a cor dourada, quando vista em outra dimensão, é violeta. Há esse contraste, ou seja, as cores mudam de dimensão a dimensão. O taiji com a parte de cima vermelha e a de baixo azul pertence ao Grande Caminho do Grande Tao Primordial, o qual inclui os caminhos de cultivo Qimen. Os quatro símbolos 卍 menores são da Escola Buda. São iguais ao do centro, que também é da Escola Buda. O Falun nestas cores é relativamente mais resplandecente; no usamos este Falun como símbolo do Falun DaFa.

O Falun que vemos com o tianmu não tem necessariamente estas cores. Esta cor de fundo muda, porém, as cores das figuras nele não mudam. O Falun que implantei na região do baixo-ventre gira e, com o tianmu, pode-se vê-lo vermelho, violeta, verde ou até incolor. Esta cor de fundo muda sequencialmente na seguinte ordem: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul-celeste, índigo e violeta, por isso, talvez você esteja vendo uma cor diferente desta. No entanto, as cores e o formato dos símbolos 卍 e taiji não mudam. Achamos que esta cor de fundo fica bem, por isso foi a escolhida. Quem tem capacidades sobrenaturais, atravessando este nível de dimensão, poderá ver muitas outras coisas.

Alguns dizem: “esse símbolo 卍 parece ser algo de Hitler”. Digo que este símbolo não tem nenhuma conotação de ideologia social ou racial. Há quem diga: “Se virarmos esta ponta para este lado, será como o de Hitler”. Não é o caso, pois ele gira de ambos os lados. Foi na época de Sakyamuni, há dois mil e quinhentos anos, que este símbolo se tornou amplamente conhecido na sociedade humana. No entanto, desde a época de Hitler na Segunda Guerra Mundial até nossos dias, só se passaram algumas décadas. Portanto, ele usurpou este símbolo. O dele é diferente do nosso: é preto e, além disso, um de seus vértices fica no topo; é “em pé”. É tudo o que direi sobre o Falun; falei somente de seu aspecto superficial.

Então o que o 卍 simboliza em nossa Escola Buda? As pessoas dizem que é um símbolo que traz boa sorte, mas esse é um entendimento de pessoa comum. Digo a todos vocês que o 卍 é um símbolo que tem a ver com o nível do buda e só o tem quem alcança o nível de buda. Uma bodisatva ou um arhat não o tem, entretanto, as Grandes Bodisatvas, as Quatro Grandes Bodisatvas, o têm. Podemos ver que as Grandes Bodisatvas ultrapassaram o nível dos budas comuns, inclusive, é mais elevado que o de tatagata. Os budas com nível mais elevado que o de tatagata são tantos que são simplesmente incontáveis. Os tatagatas só têm um 卍; os que alcançaram níveis mais elevado que o de tatagata têm mais símbolos 卍. Os com status duas vezes mais elevado que o de tatagata têm dois símbolos 卍; os com status mais elevados têm três, quatro, cinco e assim por diante. Alguns têm tantos que estão ao longo do corpo todo. Podem surgir na cabeça, nos ombros, nos joelhos, e quando são muitos, também podem surgir nas palmas das mãos, nos dedos das mãos, na sola dos pés, nos dedos dos pés e em várias outras partes do corpo. À medida que o status se eleva, a quantidade de 卍 aumenta. O símbolo 卍 indica o status do buda: quanto mais elevado é o status do buda, mais símbolos 卍 ele tem.

O sistema da Qimen

Além dos sistemas da Escola Buda e da Escola Tao, há também o da Qimen. Os da Qimen chamam de práticas de cultivo Qimen. No que se refere às práticas de cultivo, as pessoas comuns estabeleceram uma noção. Na China, desde tempos antigos, as pessoas consideram que apenas as práticas da Escola Buda e da Escola Tao são ortodoxas; elas dizem que são caminhos autênticos, caminhos retos de cultivo. Como as práticas do sistema Qimen não são ensinadas publicamente, poucas pessoas sabem que elas existem e só sabem porque isso é mencionado em obras literárias.

Qimen existe? Sim, existe. Durante meu cultivo, particularmente nos últimos anos, estive com três pessoas Qimen de níveis altíssimos, as quais compartilharam comigo a essência de suas práticas. São coisas realmente únicas e boas, e por serem únicas, as coisas que se manifestam por meio delas são realmente raras e não seriam entendidas pelas pessoas comuns. Além disso, eles dizem “nem buda nem tao”, ou seja, eles não cultivam nem para serem budas nem para serem taos. Ao saberem que eles não cultivam nem para serem budas nem para serem taos, as pessoas chamam às práticas deles de pangmen zuodao. Eles próprios chamam de práticas de cultivo Qimen. O termo pangmen zuodao é depreciativo, no entanto, não tem sentido negativo, pois certamente não implica que é perverso. Até uma compreensão superficial dessas palavras não carrega o significado de perverso. Ao longo dos tempos, as práticas da Escola Buda e da Escola Tao sempre foram consideradas caminhos retos de cultivo, porém, as pessoas comuns, por não conhecerem as práticas Qimen, referem-se a elas como pangmen [porta lateral] para assim dizer que não são de caminhos ortodoxos do Fa. E quanto a zuodao [caminho desajeitado]? Zuo significa desajeitado, o que sugere que é bisonho, confuso. A palavra chinesa zuo, antigamente, significava confuso. Pangmen zuodao tem essa implicação.

Por que não é perverso? É porque também tem estritos requisitos de xinxing. O cultivo em Qimen também é de acordo com a natureza do universo, não viola essa natureza; não viola a ordem e as leis do universo, e tampouco faz coisas más. Por isso, não há por que dizer que é perverso. Não é a natureza do universo que se ajusta ao sistema de cultivo da Escola Buda e da Escola Tao, são esses sistemas de cultivo que se ajustam à natureza do universo; é por isso que são de Fa retos. Por ser de acordo com a natureza do universo, não é perverso e é igualmente de Fa reto. O critério para julgar se algo é bom ou é mau, se é do bem ou do mal, é a natureza do universo. O cultivo em Qimen é de acordo com a natureza do universo, consequentemente, também é reto, porém seus requisitos são diferentes dos da Escola Buda e dos da Escola Tao. Qimen não se propõe a ensinar amplamente, eles têm muito poucos discípulos. Nas práticas da Escola Tao, eles ensinam a muitos como discípulos, porém apenas um recebe ensinamentos genuínos. A Escola Buda fala de salvar todas as vidas, qualquer um que é capaz de cultivar pode fazê-lo.

Quando uma prática Qimen é passada adiante, ela nem sequer pode ser passada para duas pessoas; é passada apenas para uma pessoa. É necessário esperar um longo período de tempo até que surja alguém a quem se possa transmiti-la. É por isso que, ao longo dos tempos, suas coisas não puderam ser vistas pelas pessoas comuns. Entretanto, no auge do qigong, descobri que alguns das práticas Qimen também vieram a público para ensinar qigong. Porém, depois de ensinarem aqui e ali publicamente, eles se deram conta de que não daria certo, porque seus mestres não permitiram que certas coisas fossem ensinadas publicamente. Ensinar amplamente, publicamente, implica não selecionar pessoas, por isso vêm pessoas com diferentes níveis de xinxing e mentalidades. Você não seleciona a quem ensinar, vêm todo tipo de pessoa. Por isso, as práticas Qimen não podem ser ensinadas publicamente, caso contrário, facilmente se tornariam perigosas, pois suas coisas são realmente únicas.

Alguns pensam: “Na Escola Buda o cultivo é para ser buda e na Escola Tao é para ser tao”, mas, ao completar o cultivo, o que se torna um cultivador Qimen? Ele se torna uma divindade vagante, sem um mundo fixo no universo. Como sabemos, o Tatagata Sakyamuni tem o Paraíso Saha, o Buda Amitabha tem o Paraíso da Felicidade Suprema, o Buda Mestre da Medicina tem o Paraíso Cristal; cada tatagata ou grande buda tem seu próprio paraíso. Cada grande ser iluminado tem seu próprio paraíso celestial regido por ele e onde vivem muitos de seus discípulos. No entanto, os das práticas Qimen não têm um local fixo no universo; são deuses vagantes, imortais viajantes.

Praticar um caminho perverso

O que significa praticar um caminho perverso? Há diversos modos de se fazer isso. Há pessoas que se especializam em praticar caminhos perversos. Caminhos perversos também têm sido transmitidos ao longo dos tempos. Por que eles ensinam essas coisas? É porque há pessoas que buscam obstinadamente fama, ganhos pessoais e dinheiro entre as pessoas comuns; só isso importa a elas. Claro, como o nível de xinxing delas é baixo, elas não obtêm gong. O que elas obtêm? Carma. Quando o carma na pessoa é muito grande, um tipo de energia também se forma. No entanto, uma pessoa assim, por não ter nível, não pode ser comparada com os cultivadores, porém, quando comparada com pessoas comuns, tem suficiente poder para controlá-las. Como também é uma forma de energia, quando sua densidade é grande, também tem o efeito de fortalecer as capacidades sobrenaturais do corpo humano. É por isso que alguns vêm transmitindo essas coisas ao longo dos tempos. Eles dizem: “Quando faço coisas más ou ofendo pessoas, o meu gong cresce”. Na realidade, não é o gong que cresce e sim a densidade desse tipo de matéria preta, porque fazer coisas más produz essa matéria preta, carma. Desse modo, eles podem fazer que as pequenas capacidades sobrenaturais inatas que eles carregam em seus corpos sejam reforçadas pelo carma produzido. No entanto, não podem fazer nada de significativo. Essas pessoas acreditam que cometer maldades também faz o gong crescer; é o que elas dizem.

Algumas pessoas dizem: “Se um tao cresce um metro, um demônio cresce dez vezes mais”. É uma afirmação falsa e de pessoa comum. Um demônio nunca superará um tao. Na realidade, o que a nossa humanidade conhece como universo é tão somente um pequeníssimo universo entre os incontáveis universos existentes; nós o chamamos de universo para simplificar as coisas. Toda vez que o nosso universo atravessa um período de tempo muito longo, ocorre uma grande catástrofe universal para destruir tudo, e isso inclui os planetas e as vidas nele; é para destruir tudo. O movimento do universo também segue leis, e no atual ciclo, os seres humanos não são os únicos que se corromperam. Muitas vidas já podem ver esta situação: se tomarmos como referência o momento atual, há muito tempo ocorreu uma imensa explosão dentro do espaço do universo. Os astrônomos ainda não podem ver isso, porque o que eles podem observar com os telescópios mais poderosos existentes atualmente são imagens de coisas que aconteceram 150.000 anos-luz atrás. Para que seja possível ver tais imagens de mudanças que estão ocorrendo no corpo cósmico é preciso que se passe 150.000 anos-luz, uma distância imensa.

Atualmente, o universo inteiro passa por uma grande transformação e, toda vez que essa mudança ocorre, as vidas no universo são aniquiladas; é um estado de total ruína. No processo dessa transformação, a natureza e as matérias no interior do universo são explodidas. A explosão deveria aniquilar todas as vidas, mas nem sempre varre completamente tudo. O universo é então reconstruído por grandes seres iluminados de níveis extremamente elevados, no entanto, permanecem nele as vidas que sobreviveram à explosão. Os grandes seres iluminados constroem o novo universo de acordo com as naturezas e os padrões deles, por isso é um universo que tem uma natureza um tanto diferente daquela do universo anterior.

As vidas que sobreviveram à explosão continuam a agir no novo universo segundo a natureza e os princípios do universo anterior, porém, no universo reconstruído, as coisas são de acordo com a natureza e os princípios do novo universo. Por isso, os que sobreviveram à explosão tornam-se demônios que interferem nos princípios do universo. No entanto, eles não são maus, eles simplesmente agem no universo segundo a natureza do universo do ciclo anterior. São os demônios celestiais dos quais as pessoas falam. Não são uma ameaça às pessoas comuns; eles não as machucam; apenas agem mantendo seus princípios quando fazem as coisas. No passado, não era permitido às pessoas comuns saberem disso. Eu disse que existem incontáveis budas cujos níveis ultrapassam enormemente o de tatagata. Que importância esses demônios podem ter? Quando comparados, são muito, muito pequenos. O envelhecimento, as doenças e a morte também são demônios, porém foram criados para salvaguardar a natureza do universo.

No Budismo fala-se do samsara, o que remete aos asuras. Na realidade, os asuras são seres viventes de diferentes dimensões; eles não têm a natureza humana. Do ponto de vista dos grandes seres iluminados, eles são de níveis extremamente baixos e débeis, mas são aterrorizantes aos olhos das pessoas comuns. Eles têm certa quantidade de energia e consideram as pessoas como animais; gostam de se alimentar de seres humanos. Nos últimos anos, eles também vieram para ensinar suas práticas. De que espécie eles são? Como poderiam ser semelhantes aos seres humanos? Possuem aparência assustadora e, se você aprender as coisas deles, você terá que ir com eles e se tornar um da espécie deles. Quando praticam qigong, algumas pessoas têm pensamentos não retos e, quando esses pensamentos correspondem aos deles, eles vêm para ensiná-las. Um reto subjuga cem perversos. Se você não persegue nada, ninguém se atreve a tocá-lo. Se seus pensamentos são perversos, se você busca coisas erradas, então eles virão para ajudá-lo e você acabará cultivando em um caminho demoníaco. Tal problema pode surgir.

Há outra situação e é conhecida como praticar num caminho perversamente sem estar ciente disso. O que é praticar em um caminho perversamente sem estar ciente disso? É praticar num caminho de modo perverso sem saber disso. É algo muito comum, há muitos casos assim. É como eu disse, há muitas pessoas que praticam qigong com pensamentos incorretos em suas mentes. Elas praticam a postura parada de pé a ponto de mãos e pernas tremerem de fadiga, no entanto, suas mentes nunca estão tranquilas. Elas pensam coisas como: “Os preços estão subindo, tenho que fazer compras o quanto antes; vou fazer compras assim que eu terminar de praticar, antes que os preços subam ainda mais” ou “Neste momento, na empresa onde trabalho, eles estão distribuindo moradias, será que conseguirei uma? Por que a pessoa encarregada de distribuí-las está contra mim?”. Quanto mais ela pensa isso, mais furiosa fica: “Eu tenho certeza de que a pessoa encarregada não me escolherá como a que ganhará a moradia. Como posso enfrentá-la?”. Há todo tipo de pensamento. É como eu disse, elas tagarelam de questões familiares a assuntos nacionais e irritam-se mais e mais à medida que falam de assuntos que as aborrecem.

Praticar requer dar importância à virtude. Ao praticar os exercícios, não pense em coisas más, nem mesmo em coisas boas, pois o melhor é não pensar em nada. Durante a prática em níveis baixos é necessário estabelecer bases em você que desempenham funções de grande importância; a atividade mental humana exerce certa função nisso. Pensem todos: que coisas você coloca em seu gong? Podem ser boas as coisas produzidas quando se pratica desse modo? Não são coisas pretas? Quantas pessoas praticam pensando essas coisas? Se você pratica todos os dias, então, por que as suas doenças ainda não foram curadas? Algumas pessoas não têm pensamentos maus nos locais de prática, mas praticam sempre querendo obter capacidades sobrenaturais, buscando isto e aquilo, abrigando todo tipo de mentalidade e desejos intensos. Na realidade, sem querer, elas praticam um caminho perversamente. Se você disser a uma dessas pessoas que ela está praticando um caminho perversamente, ela se zangará: “Quem me ensina é um grande mestre de qigong”. No entanto, esse grande mestre lhe disse para você dar importância à virtude, acaso você fez isso? Se ao praticar você sempre acrescenta pensamentos maus, então me diga: desse modo você pode obter coisas boas com a sua prática? Essa é precisamente a questão e é praticar um caminho perversamente sem estar ciente disso. É algo bastante comum.

O cultivo dual de homem e mulher

No mundo do cultivo há o cultivo chamado de “cultivo dual de homem e mulher”. Possivelmente, vocês já viram esculturas ou pinturas sobre budas dos métodos de cultivo do Tantrismo; elas mostram um corpo masculino e um corpo feminino cultivando abraçados. A figura masculina tem geralmente a forma de um buda e está abraçado a uma mulher nua. Também pode ter a forma de um corpo-buda transformado, por exemplo, como um vajra com cabeça de touro e cara de cavalo, e está abraçado a um corpo feminino nu. Por que estão abraçados? Primeiro, quero esclarecer algo a todos. A China não é o único país do mundo que foi influenciado pelo Confucionismo; séculos atrás, toda a humanidade tinha valores morais semelhantes aos da China, por isso, esse método de cultivo não se originou na Terra, em vez disso, foi trazido de outro planeta. Claro, é possível cultivar por meio desse método. Naquela época, quando tal método foi introduzido na China, ele não pôde ser aceito pelos chineses porque, além de ter práticas secretas, nele se praticava o cultivo dual de homem e mulher. Por isso, nos anos Huichang da dinastia Tang, o imperador proibiu sua prática e difusão na China. Na época, era chamado de Tantrismo Tang. Contudo, pôde se difundir no Tibete, região com ambiente e cultura bem particulares. Por que eles cultivam desse modo? O propósito do cultivo dual de homem e mulher é recolher o yin para compensar o yang e recolher o yang para compensar o yin. O cultivo dual é para que haja uma compensação reciproca entre yin e yang, de modo a equilibrá-los.

Todos sabem que, de acordo com a Escola Buda e a Escola Tao, e particularmente de acordo com a teoria taoista do yin-yang, o corpo humano tem inatamente yin e yang e, pelo fato de ser yin-yang, isso possibilita cultivar diversas capacidades sobrenaturais e diversos seres, tais como o infante-imortal, os infantes-cultivados, os fashens. Por ter yin e yang, por meio do cultivo, o corpo humano pode desenvolver inúmeros seres, os quais nascem na região do dantian. Não importa se o corpo é masculino ou se é feminino, é igual para ambos. O que essa teoria diz faz muito sentido. Comumente, a Escola Tao refere-se à parte de cima do corpo como yang e à parte de baixo como yin; alguns também consideram a parte de trás do corpo como yang e da frente do corpo como yin; outros consideram que o lado esquerdo do corpo é yang e que o direito é yin. O ditado chinês “homem esquerda, mulher direita” deriva disso e faz bastante sentido. O corpo humano tem inatamente yin e yang e, por meio da interação entre ambos, pode, por si só, alcançar o equilíbrio yin-yang e assim gerar inúmeros seres viventes.

Isso esclarece um ponto: sem o método de cultivo dual de homem e mulher, nós também podemos cultivar para níveis muito elevados. No entanto, se não usado apropriadamente, o método de cultivo dual de homem e mulher pode levar a um caminho demoníaco, perverso. No Tantrismo de nível elevado, o método de cultivo dual de homem e mulher requer do monge ou do lama que o emprega um nível de cultivo já elevado; só então é que o mestre guia nesse tipo de cultivo, pois como o xinxing do discípulo é elevado, ele pode se conduzir bem e não se desviar para algo perverso. Por outro lado, uma pessoa de xinxing baixo não deve usar esse método, senão, devido ao baixo xinxing, com certeza, acabará se tornando um caminho perverso, pois ela ainda tem desejos e apegos de pessoa comum, e não abandonou a luxúria. Se alguém de xinxing baixo usar esse método, sem dúvida, resultará em algo perverso. Por isso, dizemos que ensinar esse método a alguém de nível baixo equivale a ensinar-lhe um caminho perverso.

Nos últimos anos, muitos mestres de qigong têm ensinado o cultivo dual de homem e mulher. O que há de estranho nisso? É que o método de cultivo dual de homem e mulher também apareceu na Escola Tao, e não é algo recente, começou na dinastia Tang. Como é possível existir o cultivo dual de homem e mulher na Escola Tao? De acordo com a teoria do taiji da Escola Tao, o corpo humano é um pequeno universo que tem inatamente yin e yang. Todo grande e genuíno Fa reto é um legado transmitido desde tempos remotos, por isso, qualquer alteração ou acréscimo feito ao acaso nas coisas desse caminho causa uma desordem que impossibilita que a pessoa alcance a perfeição, ou seja, a meta da prática de cultivo. Portanto, se um método de gong não tem o cultivo dual de homem e mulher, então não pratique esse tipo de cultivo, caso contrário, você se desviará e surgirão problemas. Em nosso caminho Falun DaFa, não há o cultivo dual de homem e mulher nem necessitamos dele. É como vemos este assunto.

O cultivo dual de natureza e vida

Eu já falei sobre o cultivo dual de natureza e vida. O cultivo dual de natureza e vida significa que, ao mesmo tempo que se cultiva o xinxing, cultiva-se vida, ou seja, o benti também é transformado. Nessa transformação, a matéria das células humanas é gradualmente substituída por matéria de alta energia. O envelhecimento do corpo se desacelera, o corpo parece rejuvenescer à medida que ele gradualmente se transforma e, ao final dessa substituição, torna-se um corpo completamente constituído de matéria de alta energia. O corpo humano, conforme já disse, transcende os cinco-elementos. Por não estar nos cinco-elementos, é um corpo que não se degenera.

Nos templos, eles só cultivam natureza. Eles não cultivam vida, por isso não precisam ensinar movimentos de mão; eles falam de nirvana. O método que Sakyamuni transmitiu requer o nirvana. Na realidade, Sakyamuni tinha um elevado e profundo Fa; ele poderia transformar completamente seu benti em matéria de alta energia e assim levá-lo consigo, mas ele optou pelo método de cultivo de nirvana. Por que ele ensinou via esse método? Foi justamente para que as pessoas pudessem abandonar seus apegos ao máximo, para que, renunciando tudo, inclusive o corpo físico, ao final, elas pudessem se livrar de todos os desejos e apegos. Para conseguir isso, ele tomou o caminho do nirvana. É por isso que ao longo da história todos os monges do Budismo têm tomado esse caminho. Nirvana significa que, com a morte do monge, o corpo carnal é deixado e o espírito-original ascende levando consigo o gong.

Na Escola Tao, eles enfatizam o cultivo de vida. Porque eles selecionam seus discípulos, ou seja, não oferecem salvação a todas as vidas, eles lidam com discípulos excepcionalmente bons, por isso, podem ensinar a eles técnicas mágicas e o cultivo de vida. De modo geral, no sistema de cultivo da Escola Buda, especialmente no Budismo, essas coisas não são ensinadas. Contudo, nem todas as práticas da Escola Buda não as ensinam. Muitos grandes e profundos Fa da Escola Buda também as ensinam e isso inclui nosso caminho. O caminho do nosso Falun DaFa requer ambos: o benti e o infante-imortal, os quais são diferentes. O infante-imortal também é um corpo composto de matéria de alta energia, mas não pode se mostrar casualmente nesta nossa dimensão. Para poder manter a aparência de pessoa comum nesta dimensão durante muito tempo, é preciso ter o benti. As células do benti, depois de transformadas, depois de substituídas por matéria de alta energia, mantêm a ordem e o arranjo molecular originais, e como resultado, o corpo mantém a aparência de corpo de pessoa comum. Claro, há uma diferença: é um corpo que pode entrar em outras dimensões.

Quem pratica o cultivo dual de natureza e vida tem aparência jovem; aparenta ter menos idade do que realmente tem. Outro dia, uma pessoa perguntou-me: “Mestre, quantos anos o senhor acha que eu tenho?”. Na realidade, embora ela pareça ter quarenta anos, ela tem quase setenta anos. Ela não tem rugas e sua pele é lisa e com um tom rosa que irradia saúde; ela não aparenta ter setenta anos. Isso acontece aos praticantes do nosso Falun DaFa. Dizendo em tom descontraído, as mulheres jovens sempre se submetem a tratamentos de beleza, pois querem ter uma pele jovial, bonita. Digo-lhe que se você praticar uma genuína prática de cultivo dual de natureza e vida, você conseguirá isso naturalmente e certamente não precisará recorrer a tratamentos de beleza. Não daremos mais exemplos com respeito a isso. No passado, nas diversas profissões, os colegas de trabalho eram relativamente mais velhos; eu era tratado como jovem; é bom que agora existam mais jovens em todos os ofícios e profissões. Na realidade, já não sou jovem; estou a caminho dos cinquenta anos, tenho quarenta e três anos.

Fashen

Por que há um campo ao redor de algumas estátuas de buda? Poucas pessoas são realmente capazes de explicar isso. Algumas dizem que há esse campo na estátua de buda porque os monges entoam os sutras diante dela, em outras palavras, que esse campo resulta do cultivo dos monges diante da estátua. Se a energia desse campo viesse dos monges ou de outros cultivadores, ela seria dispersa e não direcionada, e se fosse o caso, então, o chão, o teto e as paredes do salão de veneração também teriam esse campo em igual proporção. Por que o campo é forte justamente na estátua de buda? De modo especial, as estátuas de buda esculpidas em certas cavernas e as nas encostas de algumas montanhas remotas têm esse tipo de campo. Por que há esse campo? Alguns explicam isso de uma maneira ou de outra, mas não podem explicar isso claramente. Na realidade, há esse campo na estátua de buda porque o fashen de um ser iluminado está nela. O fashen de um ser iluminado está lá e, por isso, ela tem essa energia.

Considerando-se que Sakyamuni e Bodisatva Avalokitesvara realmente existiram na história, pensem todos: eles também não cultivaram? Eles também não foram cultivadores? Uma pessoa gera fashens quando alcança nível bastante elevado no cultivo no Fa-além-do-mundo. O fashen nasce na região do dantian, é composto de gong e Fa, e se manifesta em outras dimensões. O fashen tem muito dos poderes da pessoa, no entanto, sua consciência e seus pensamentos estão sob o controle da pessoa. Contudo, o fashen é, por si só, uma vida individual, completa, autônoma e real, por isso, pode agir de modo independente. O fashen age e faz as coisas do mesmo modo que consciência-principal da pessoa faria; se a pessoa faz algo de certo modo, seu fashen fará isso do mesmo modo. Quando falamos de fashens, é isso. As coisas que quero fazer, por exemplo, ajustar os corpos dos genuínos cultivadores, podem ser todas feitas por meus Fashens. Por não ter o corpo de pessoa comum, o fashen pode se manifestar em outras dimensões. É um ser inteligente que pode alterar seu próprio tamanho; ele pode se tornar grande ou pequeno. Às vezes, o fashen está muito grande, tão grande que não é possível ver a cabeça inteira dele; às vezes, ele está muito pequeno, menor que uma célula.

Consagração

Uma estátua de buda produzida numa fábrica é apenas uma peça de decoração, no entanto, com a consagração, o fashen de um buda é convidado a ficar nela para que, assim, o buda possa ser venerado de modo tangível entre as pessoas comuns. Quando o praticante tem um coração de devoção, o fashen na estátua salvaguarda-o no Fa; cuida e protege-o durante o cultivo. Esse é o real propósito da consagração e só pode ser alcançado por meio de pensamentos retos emitidos em cerimônia de consagração realizada por um ser iluminado de nível muito elevado ou por um cultivador que já tem nível bastante elevado, isto é, que tem poder para isso.

Nos templos, eles dizem que as estátuas de buda precisam passar pela consagração, que sem ela, a estátua de buda não serve. Atualmente, nos monastérios, já não há mais genuínos grandes mestres entre os monges, todos eles já faleceram. Com a “revolução cultural”, monges novatos, que não receberam reais ensinamentos, tornaram-se abades. Muitas coisas não foram passadas adiante. Se você perguntar a um deles qual é o propósito da consagração, ele lhe dirá que depois da consagração a estatueta de buda poderá cumprir sua função, mas ele não sabe explicar o porquê disso. Ele apenas realiza a cerimônia; ele coloca um trecho das escrituras do Budismo dentro de uma estatueta de buda, sela-a com papel e, em seguida, recita a escritura para ela. Ele chama isso de consagração, mas, desse modo, o propósito da consagração pode realmente ser alcançado? Depende de como ele recita as escrituras. Sakyamuni disse que é necessário recitar as escrituras com pensamentos retos, com um coração imperturbável e pleno de atenção, para assim estremecer o paraíso do caminho no qual a pessoa cultiva. Só assim é possível convidar um ser iluminado. Só depois que o fashen do ser iluminado vai para a estátua de buda é que o propósito da consagração é alcançado.

No entanto, ao recitarem as escrituras, muitos monges pensam: “Estou terminando a consagração, quanto será que me pagarão?”. Ou, enquanto recitam as escrituras, pensam: “Fulano me trata muito mal!”. Nos monastérios também há competição e intriga. Atualmente, no período final do Fa, não há como negar que isso ocorre. Não estamos criticando o Budismo, porém, no período final do Fa, os monastérios já não são puros nem tranquilos. Com a mente do monge cheia disso e emitindo intenções más, como um grande ser iluminado poderia vir? Assim, o propósito da consagração nunca será alcançado. Porém há exceções, há uns poucos monastérios taoista e budistas que ainda são bons.

Numa certa cidade, vi um monge cujas mãos eram bem escuras. Ele pegou uma estatueta de buda, colocou um trecho de sutra para dentro dela, selou-a de modo descuidado e, depois de murmurar umas poucas palavras, deu por concluída a consagração. Ele fez isso com uma estatueta logo após a outra, de modo apressado e murmurando palavras. Ele cobrava quarenta yuans por cada consagração. Os monges de hoje fazem da consagração um comércio, ganham muito dinheiro fazendo isso. Vi que a consagração não ocorreu; ele era incapaz de realizá-la. Os monges de hoje fazem coisas como essa. O que mais eu vi? Num templo, vi alguém que, parecendo ser um budista leigo, anunciou que faria a consagração de uma estátua de buda; ele pegou um espelho e posicionou-o em direção ao sol de modo a fazer a luz solar incidir e refletir sobre a estátua; ele fez isso e então disse que a consagração estava concluída. Chega a ser ridículo! Chegamos a um ponto em que coisas assim já são bastante comuns no Budismo.

Na cidade de Nanjing, foi construída uma gigantesca estátua de buda em bronze; colocaram-na na colina da ilha Lantau, em Hong Kong. É uma enorme estátua de buda. Monges de várias partes do mundo foram lá para fazer a consagração dessa estátua. Um deles segurou um espelho voltado para o sol de modo a fazer a luz solar incidir e refletir sobre o rosto da estátua; fez isso dizendo ser consagração. Fazer isso numa cerimônia tão grandiosa, em ocasião tão solene, sinto que é realmente triste! Não é de se estranhar que Sakyamuni tenha dito: “No período final do Fa, os monges terão enormes dificuldades de se salvarem. Então, o que dizer de os monges salvarem os outros, as pessoas?”. Além disso, muitos monges explicam as escrituras do Budismo a partir de seus próprios pontos de vista. Até mesmo escrituras da Senhora Rainha Mãe são encontradas nos monastérios budistas. Coisas que não são do Budismo foram introduzidas nos monastérios e têm gerado bastante confusão. O caos é grande agora. Claro, ainda há monges que cultivam genuinamente e merecem crédito. Na realidade, fazer a consagração significa convidar o fashen de um ser iluminado para ficar numa estátua de buda. Isso é consagração.

Não se deve venerar uma estátua de buda que não foi consagrada de fato, pois venerá-la trará consequências muito sérias. Que consequências? Os que pesquisam o corpo humano já descobriram que a intenção mental, o pensar do cérebro humano, gera um tipo de matéria. De um nível elevado, podemos ver que é realmente matéria, mas não tem a forma de ondas cerebrais como indicam as pesquisas modernas; em vez disso, tem a forma de um cérebro completo. Quando uma pessoa comum pensa, ela emite algo que tem forma de cérebro, mas que se dissipa rapidamente por ter pouca energia. No entanto, no caso de ser um praticante, por ter bastante energia, conserva-se por muito tempo. Uma estátua de buda não tem mente, não a tem quando é fabricada. Muitas estátuas de buda não passam pela consagração e, para muitas que estão nos templos, a consagração não ocorreu de fato. Além disso, será bastante perigoso se a consagração for realizada por um mestre de qigong falso ou por alguém de práticas perversas, porque raposas e doninhas amarelas é que irão para a estátua de buda.

É perigoso venerar uma estátua de buda que não passou pela consagração. Quão perigoso? Eu disse que a humanidade chegou a um ponto em que tudo está se corrompendo, em que a sociedade inteira e tudo dentro do universo estão se degenerando, uma coisa após a outra. Tudo o que ocorre às pessoas comuns é causado por elas mesmas. É muito difícil encontrar um caminho reto e é muito difícil segui-lo, porque há interferências de todos os lados. Você quer suplicar a um buda, mas quem é um buda? Até mesmo isso é difícil. Talvez você não acredite, porém eu lhe digo que ocorre algo muito sério quando alguém se ajoelha para venerar uma estátua de buda que não passou pela consagração. Atualmente, quantas pessoas veneram o buda para pedir que as ajude a obter fruto-reto? Há muito poucas pessoas assim. Com que propósito as pessoas veneram o buda? Para eliminar tribulações, resolver problemas e obter dinheiro; é para isso que elas suplicam. Mas isso está de acordo com as escrituras do Budismo? Não está.

Suponha que alguém que venera um buda está buscando dinheiro, suponha que ele se prostre diante de uma estátua da Bodisatva Avalokitesvara ou de um tatagata e suplique: “Por favor, ajude-me a ganhar dinheiro!”. Bem, isso gera uma completa intenção mental e, como é dirigida à estátua, vai instantaneamente para ela. Em outra dimensão, uma entidade pode se tornar grande ou pequena. Depois que esse pensamento chega à estátua de buda, essa entidade passa a ter cérebro e, mesmo sem ter um corpo, ela pode pensar. As pessoas vêm para venerá-la e, quando a veneram, dão-lhe pouco a pouco energia. É especialmente perigoso quando é um cultivador que a venera, pois sua veneração gradualmente fornece a ela uma considerável quantidade de energia, que lhe permite formar um corpo tangível na outra dimensão. Ela vive em outra dimensão e a conhece alguns princípios do universo. Essa entidade descobre que, ajudando pessoas, ela poderá desenvolver um pouco de gong. Mas não é uma ajuda incondicional, tem um preço. Por estar em outra dimensão, ela se move livremente e é capaz de controlar facilmente as pessoas comuns. Seu corpo tem a mesma aparência que o do buda da estátua. A veneração das pessoas produz uma falsa Bodisatva Avalokitesvara ou um falso tatagata com a mesma aparência que a da estátua; tem a mesma aparência que a do buda. No entanto, a mente desse falso buda ou dessa falsa bodisatva é muito má, só pensa em dinheiro. Produzida em outra dimensão, por ter mente e conhecer uns poucos princípios, não ousa fazer grandes maldades, mas se atreve a fazer pequenas. De vez em quando, ajuda algumas pessoas, de outro modo, seria completamente perverso e seria eliminado. Como ajuda as pessoas? Se você suplicar: “buda, peço sua ajuda, uma pessoa de minha família está doente”, pois bem, você será ajudado. Por ter uma mente que quer dinheiro, fará você colocar dinheiro na caixa de donativos e, quanto mais dinheiro você colocar lá, mais rapidamente a doença desaparecerá. Porque possui energia, da dimensão onde está, é capaz de manipular as pessoas comuns. É ainda mais perigoso se quem venera a estátua tem gong, se é um praticante. O que ele pede? Dinheiro. Pensem todos: para que um praticante quer dinheiro? Além disso, suplicar para acabar com as tribulações e doenças de familiares é um apego sentimental para com eles; é querer mudar o destino dos outros. Mas cada um tem o próprio destino! Se você venerar um falso buda suplicando-lhe: “Por favor, ajude-me a ficar rico!”, pois bem, você será ajudado. Quanto mais dinheiro você pedir, mais coisas serão pegas de você; é uma troca proporcional. Há muito dinheiro na caixa de donativos, porque as pessoas o colocam lá para o falso buda. Ela fará que o dinheiro chegue até você. Como? Talvez você encontre uma carteira ao sair de lá ou a empresa na qual você trabalha lhe dê uma bonificação; de um modo ou de outro, ela dará um jeito para que você consiga o dinheiro. Mas ela não o ajuda incondicionalmente, pois sem perda não há ganho. Em troca, ela pegará um pouco de seu gong que ela necessita, ou pegará o dan ou outra coisa que você cultivou; ela quer isso.

Às vezes, esses falsos budas são perigosos. Alguns de nossos praticantes que têm o tianmu aberto acreditam que viram budas reais. Um desses praticantes possivelmente dirá que um grupo de budas veio ao templo hoje, que o buda que liderava o grupo tinha tal e tal nome; descreverá como foi o grupo que veio ontem, como é o de hoje e que, logo depois de um grupo ter ido embora, chegou outro. Quem são eles? Pertencem justamente a essa categoria. Não são budas verdadeiros, são falsos. É algo muito comum.

Se isso ocorrer num templo, será mais perigoso ainda. Se um monge o venerar, o falso buda cuidará dele: “Você está me venerando, não é? E está me venerando conscientemente! Bem, já que você quer cultivar, então eu cuidarei de você e o guiarei no cultivo”. Ele arranja as coisas para você. Mas para onde você irá depois que completar o cultivo? Porque o seu cultivo foi arranjado por ele, nenhum caminho de cultivo de alto nível aceitará você. Como foi ele que arranjou tudo para você, daí em diante você terá que segui-lo. Nesse caso, seu cultivo não foi em vão? Digo que hoje em dia, se um ser humano quiser cultivar e obter fruto-reto, será muito difícil. Coisas assim são comuns. Alguns de vocês já viram luzes de buda nas famosas montanhas ou ao longo dos grandes rios; a maioria deles pertence a essa categoria. Eles têm energia e podem se manifestar. Um verdadeiro grande ser iluminado não se mostra casualmente.

No passado, os chamados budas e taos terrestres eram relativamente poucos, mas agora são muitos. Quando algum deles comete maldades, os seres superiores agem para eliminá-lo, mas quando isso está para ocorrer, ele se refugia na estátua de buda. Os grandes seres iluminados não interferem casualmente nos princípios das pessoas comuns. Quanto mais alto é o nível de um ser iluminado, menos ele está disposto a interferir nos princípios das pessoas comuns; ele não interferirá. Por isso, eles não despedaçarão a estátua de buda com um raio repentino; eles não fazem isso. Eles deixam de cuidar disso quando o falso buda entra na estátua de buda. Esses falsos budas sabem quando querem eliminá-los e então fogem. A Bodisatva Avalokitesvara que você viu é a verdadeira Bodisatva Avalokitesvara? O buda que você viu é um verdadeiro buda? É difícil de dizer.

Muitos de vocês devem estar pensando: “O que fazer com a estátua de buda que tenho em casa?”. Muitos possivelmente pensaram em mim. Para ajudar meus estudantes a cultivar, digo que você pode fazer o seguinte: pegue meu livro (porque no livro há minha foto) ou minha foto, segure a estátua de buda fazendo o grande sinal de mão de flor de lótus e, então, peça ao Mestre para que faça a consagração. Em meio minuto o assunto estará resolvido. Porém, digo a todos que isso é só para os nossos cultivadores. Essa consagração não se aplica nem a familiares nem a amigos, pois só cuidamos de cultivadores. Alguns dizem que, para afastar maus espíritos, eles colocam a foto do Mestre na casa de familiares ou amigos. Não estou aqui para afastar maus espíritos para as pessoas comuns. Isso é uma das coisas mais desrespeitosas que você pode fazer a seu Mestre.

Quando falo da questão dos budas e dos taos terrestres, também falo de outro assunto. Antigamente, na China, muitos cultivavam embrenhados nas florestas ou no recôndito de longínquas montanhas. Isso não existe mais? Na realidade, ainda existe. É que eles não querem que as pessoas comuns saibam que eles estão lá. São tão numerosos quanto antigamente e todos eles têm capacidades sobrenaturais. Então, não é que não estão mais lá; eles estão todos lá. Atualmente há milhares deles no mundo e há relativamente mais em nosso país, especialmente, nas grandes montanhas famosas e ao longo dos grandes rios. Muitos estão no alto das montanhas e para que você não possa vê-los, eles camuflaram suas cavernas usando para isso capacidades sobrenaturais. O avanço deles no cultivo é lento, seus métodos são pouco eficazes; eles não entenderam a essência do cultivo. Nós focamos diretamente o coração humano, cultivamos de acordo com a suprema natureza do universo, por isso, conforme esperado, nosso gong cresce muito rapidamente. Os caminhos de cultivo são como numa pirâmide: no eixo central estão os grandes caminhos e, afastados do centro, estão os pequenos caminhos nos quais o xinxing não precisa ser alto e é possível abrir o gong sem que se tenha alcançado um nível elevado de cultivo. Estão muito aquém dos grandes caminhos e do genuíno cultivo.

Os mestres desses caminhos afastados do centro também guiam discípulos, mas são caminhos que só permitem cultivar até esta altura e, porque o xinxing deles só vai até esta altura, seus discípulos só podem cultivar até esta altura. Quanto mais afastado do centro é um caminho, mais regras tem e mais complicado é seu método de cultivo, porque está longe de um real entendimento da essência do cultivo. Um cultivador deve fundamentalmente cultivar o xinxing, mas os mestres desses caminhos ainda não entenderam isso; eles acreditam que a base do cultivo é o sofrimento. Por isso, depois de muito de tempo, de terem cultivado por séculos ou mais de mil anos, o gong deles só cresceu um pouquinho. Na realidade, não foi pelo sofrimento que eles desenvolveram gong. Como eles o desenvolveram? É como uma pessoa que tem muitos apegos quando ainda é jovem, mas que, à medida que envelhece, vai perdendo suas expectativas quanto ao futuro e, assim, seus apegos vão naturalmente sendo desgastados e abandonados. É como o cultivo é nos pequenos caminhos; eles dependem da meditação, do poder de concentração e do sofrimento para poderem se elevar no cultivo. Eles descobriram que desse modo o gong também cresce, mas não se deram conta de que o gong cresce porque seus apegos de pessoa comum são lentamente desgastados e eliminados através de longos e penosos anos.

Focamos verdadeiramente o coração de modo a eliminar os apegos. Nosso progresso no cultivo é rápido porque eliminamos os apegos. Estive em lugares onde encontrei pessoas que vêm se cultivando por muitos e muitos anos. Elas me disseram: “Ninguém pode saber que estamos aqui. Com respeito ao que você está fazendo, não interferiremos nem lhe causaremos problemas”. Elas pertencem ao grupo dos que são relativamente bons.

Mas há os que não são bons e com as quais temos de lidar. Por exemplo, quando fui pela primeira vez à cidade de Guizhou para ensinar a prática, durante uma das aulas, um homem veio me procurar para dizer que seu grande mestre queria me ver. Ele me disse que seu mestre era isto e aquilo, que havia cultivado durante muitos e muitos anos. Vi que esse homem que me falava estava cheio de qi yin; sem dúvida ele não era bom, seu rosto era amarelo como cera. Disse-lhe que não iria ver seu mestre, pois não tinha tempo; recusei. Seu velho mestre não gostou e passou a me causar problemas; ele causava problemas todos os dias. Não gosto de contendas e nem valia a pena ter uma com ele. Quando ele lançava coisas ruins sobre mim, eu simplesmente as limpava de modo a continuar minha transmissão do Fa.

No passado, na dinastia Ming, houve um cultivador taoista que foi possuído por uma serpente e que morreu sem ter sucesso no cultivo do Tao. Uma serpente assumiu o corpo dele e cultivou numa forma humana. O mestre do homem que veio me procurar era essa serpente que cultivou numa forma humana. Como sua natureza inata não havia mudado, ele, na forma de uma serpente grande, vinha para me causar problemas. Ao ver que ele já havia passado dos limites, eu o agarrei com a mão e com um gong bastante poderoso, chamado de gong-dissolvente, dissolvi a parte inferior do corpo dele transformando-a em água. Ele, com apenas a parte superior do corpo, voltou depressa ao lugar de onde veio.

Um dia, esse discípulo dele foi procurar a coordenadora voluntária do nosso local de prática em Guizhou para dizer-lhe que seu mestre desejava vê-la. A coordenadora foi até o local, uma caverna muito escura. Ao entrar lá, ela só pôde ver a silhueta de alguém sentado e cujos olhos emitiam luz verde. Quando os olhos dele se abriam, a caverna imediatamente fica iluminada e, quando os olhos se fechavam, a caverna voltava a ficar escura. Ele disse em dialeto local: “Li Hongzhi virá novamente e desta vez eu não lhe causarei problemas. Eu estava errado; Li Hongzhi veio para salvar as pessoas”. Seu discípulo perguntou: “Mestre, por que o senhor não se levanta e fica em pé? Há algo de errado?”. Ele respondeu: “Eu não posso ficar em pé, minhas pernas foram lesionadas”. Quando o discípulo perguntou como isso havia acontecido, ele contou sobre as interferências que ele me havia causado. Na Exposição Oriental de Saúde de 1993 em Pequim, ele voltou a causar problemas. Como ele não parava de fazer maldades para atrapalhar minha transmissão do DaFa, eu o aniquilei. Depois de aniquilá-lo, todos os seus discípulos, antigos e novos, quiseram entrar em ação. Mas eu disse algumas palavras que chocaram todos eles. Ficaram tão assustados que não se atreveram a fazer nada; eles logo entenderam o que havia acontecido. Alguns deles ainda eram pessoas completamente comuns apesar de estarem cultivando há muito tempo. Esses são alguns exemplos que dou ao falar sobre o tema da consagração.

Zhuyou ke - o ramo dos encantamentos

O que é zhuyou ke? No mundo do cultivo, ao ensinar qigong, muitas pessoas ensinam zhuyou ke como uma categoria de cultivo, mas na realidade não é cultivo. É ensinado como magia, encantamento ou técnica, e na forma de coisas como desenhar símbolos mágicos, queimar incenso, queimar papéis, recitar encantamentos, etc. Pode curar doenças e seus métodos de tratamento são únicos. Por exemplo, se uma pessoa tem um furúnculo no rosto, para tratá-lo, o praticante de zhuyou ke pegará um pincel embebido com cinabre, desenhará no chão um círculo com um xis no centro, colocará a pessoa no centro e começará a recitar encantamentos. Com o pincel embebido com cinabre, ele desenhará círculos no rosto da pessoa enquanto recita encantamentos. Desenhará aqui e ali, até que, com um toque do pincel sobre o furúnculo, parará de recitar e dirá à pessoa que já está bom. A pessoa toca o furúnculo e descobre que o furúnculo diminuiu, que já não dói. Funcionou. Ele pode tratar doenças pequenas, mas não as grandes. O que ele fará se o seu braço estiver doendo? Ele começará a recitar encantamentos, pedirá a você que estenda o braço e dará um soprão no ponto de acupuntura hegu de uma mão; o sopro de ar sairá pelo ponto hegu da outra mão. Você sente o fluxo de ar e, quando você apalpa o braço dolorido, já não dói tanto. É isso, usa métodos como queimar papéis, desenhar símbolos, colar figuras mágicas, etc.; eles fazem essas coisas.

Os pequenos caminhos mundanos da Escola Tao não ensinam a cultivar vida. Eles se dedicam a coisas como adivinhar a sorte, fengshui, exorcismo, tratar doenças. Na maioria dos pequenos caminhos mundanos ensina-se zhuyou ke. Eles podem tratar doenças, mas os métodos empregados não são bons. Aqui não vamos falar sobre as coisas que eles usam para tratar doenças. Nós que cultivamos no DaFa não as usamos, além disso, suas mensagens carregam coisas muito baixas e ruins. Na antiga China, os métodos de cura eram classificados em ramos [ke], por exemplo: reparo de ossos fraturados, acupuntura, massagem, quiropraxia, acupressão, tratamento qigong, tratamento com ervas medicinais. Havia vários tipos de tratamento. Eram divididos em ramos e o nome do método de tratamento era o título de um ramo. Zhuyou ke foi classificado como o décimo terceiro ramo, por isso seu nome completo é “zhuyou, o décimo terceiro ke”. Zhuyou ke não é cultivo e não vem de um gong que se obtém pelo cultivo. É apenas um tipo de técnica de magia.